Eu sei tão pouco sobre a Etiópia, sua história e cultura ( e me envergonho por isso!), que é possível dizer que meus conhecimentos sobre esse país se resumem a duas pessoas: a Rainha de Sabá (que viveu na região por volta do século X a.c.), que só conheço porque é assim que minha mãe gosta de me chamar quando acha que estou sendo demasiadamente folgada... e a outra pessoa é Mulatu Astatke, e isso sim é uma informação importante.
Astatke nasceu em 1943, quando jovem, viveu na Inglaterra e nos EUA. Lá aperfeiçoou seus estudos em piano, percurssão, clarinete e teve contato com o jazz e com a música latina. De forma genial Astatke passou criar suas composições misturando a música etíope tradicional ao que havia conhecido em terras estrangeiras. Desde então tornou-se o pai do Ethio-jazz.
"O ethio-jazz é uma coisa nova, uma combinação única de vários elementos", diz. "Exatamente como a bossa nova, que se tornou uma linguagem própria."
E então Astatke revolucionou não só a música da etiópia como o cenário musical contemporâneo mundial. O músico, até hoje está na ativa, em 2008 concluiu na Universidade de Havard trabalhos na modernização dos instrumentos tradicionais etíopes. Recentemente, Mulatu, serviu como um artista residente em Cambridge, além de realizar palestras e workshops por todo o mundo.
"Gostaria muito de desenvolver uma nova fusão, entre a música etíope e a brasileira. Seria interessante descobrir como as duas se encontram." M. Astatke
Interessantíssimo eu (violeta) diria!!!
No primeiro semestre deste ano Mulatu A. esteve pela primeira vez no Brasil, para duas apresentações no SESC Vila Mariana em São Paulo , mas para a frustração de centenas de brasileiros inclusive a minha, os ingressos esgotaram em um dia.
O compositor ganhou maior reconhecimento entre os ocidentais depois de ter sua música como trilha do filme “Broken Flowers”, do diretor Jim Jarmusch ( recomendo o filme não só pela trilha mas pela atuação de Bill Murray \o/).
"Aproximei ritmos africanos e latinos, desenvolvi mudanças harmônicas, abri espaço para a improvisação, busquei as conexões e contrastes entre o jazz e a música etíope. É uma bela fusão."